O Estudo PORTHOS, tema de debate no Heart Team 2022, pretende mudar a insuficiência cardíaca em Portugal. O Prof. Doutor Victor Gil, cardiologista do Hospital da Luz, foi moderador juntamente com a Prof.ª Doutora Cristina Gavina e com o Prof. Doutor Rui Baptista. O painel contou ainda com a participação da Prof.ª Doutora Cândida Fonseca.

O Prof. Doutor Victor Gil, presidente da comissão de estratégia do Estudo PORTHOS, considera que é um estudo “muito ambicioso” não só em termos organizativos como também de recursos financeiros. Em entrevista, o presidente reforça a parceria com a farmacêutica AstraZeneca que apostou no estudo e tem proporcionado “um apoio fantástico”.

O Estudo PORTHOS pretende, a longo prazo, estabelecer dados sobre a insuficiência cardíaca. Os últimos valores remontam há mais de 20 anos com a inferência de resultados de um estudo, tentando adaptar à presente realidade. No entanto, ao longo de todo este período temporal, os dados demográficos, socioeconómicos e até das definições de insuficiência cardíaca vieram a ser alterados, reforça.

O especialista questiona: Quais são os valores atuais? Há mais insuficiência cardíaca ou menos? São estas questões que necessitam de ser respondidas para um melhor diagnóstico e tratamento dos doentes atuais. O Estudo PORTHOS veio, então, colmatar esta falha. “Penso que com essas informações podemos dar uma contribuição muito importante e muito forte.”

Para pôr sobre rodas este projeto, um camião foi transformado em mini clínica, com gabinete de observação e ecografias, para percorrer o país, com o apoio do parceiro NOVA Medical School.

A amostra do estudo inclui cerca de seis mil pessoas do território nacional, tendo já começado em Matosinhos. Estas amostras aleatorizadas vão ser representativas da população nacional. No primeiro dia, “as pessoas participaram e não há dúvida que foi um início auspicioso”.

Além disso, o estudo consolidou uma parceria com a Sonae para que a mini clínica esteja integrada em grandes superfícies com condições de higiene e segurança adequadas. “Vai ser um grande sucesso e útil para o futuro da insuficiência cardíaca em Portugal.”